SUICÍDIO
Das Relações professor-aluno ao homicídio social
A maneira como as relações empregatícias estão hoje estruturadas,
referem-se muito a forma como os jovens, já desde o inicio da ado-
lescência, dentro do ambiente escolar, ganharam ou conquistaram
espaço de manifestação artística e cultural, colaborando para que,
dentro do seu universo de apropriação, possa se construir enquan-
to força de trabalho em que possa gozar, como pessoa, de mais li-
berdade e autonomia, no que respeita a sua participação enquanto
cidadão.
Sabemos que o tempo "fala", mas as respostas que teremos sempre
se refere a forma do diálogo que travamos. Diálogos que alimentam
as nossas sinapses, definindo o espectro das nossas ondas mentais,
capazes de nos conduzir da paixão à depressão.
Conforme recente pesquisa do sindicato dos químicos de são Paulo,
27% dos entrevistados se mostraram propensos ao suicídio, tendo
como o grande motivador o assédio moral.
Quando Paulo Freire, educador brasileiro famoso no mundo inteiro,
e quando Sócrates, filósofo grego e, depois dele, Comenius, educador
europeu na idade média, colocam a necessidade de se pensar na for-
mação integral do indivíduo, envolvendo a tridimensionalidade que
é o seu desenvolvimento, lembrando sempre do processo cultural em
que uma sociedade esta inserida, o educador consciente deve saber
mesclar as várias filosofias pedagógicas, situando-as no tempo e no
espaço, entendendo que do estabelecimento de hábitos à construção
do próprio conhecimento, é dentro da escola, e com o apoio da fami-
lia, que o jovem deve estruturar, não apenas as suas habilidades para o trabalho, mas principalmente a sua predisposição para a liberdade e
a felicidade, felicidade que só se atinge quando, ao se fazer uma viagem,
poder optar por continuar no mesmo caminho, ou, se assim o desejar,
ter a capacidade de reconstruí-lo.
Quando vemos, enfim, tantos relatos de pessoas com depressão, muitas
vezes sujeitando-se a práticas de assédio moral, talvez devessemos olhar
para traz, no início, quando ainda na escola o jovem não foi estimulado,
provocado a buscar a construção do seu próprio conhecimento.
Presos a prática de um ensino bancário, com práticas muitas vezes desnecessáriamente autoritárias, não percebemos que esta, em boa parte
nas mãos dos professores, assim como dos pais, a possibilidade e a
responsabilidade de fazer com o que o jovem possa construir as asas
que o permitirão voar como estudante que hoje é, para que, no futuro, já como adulto, tenha condições de se colocar de forma segura e confiante perante o mundo do trabalho, no qual ele deve estar preparado par intervir, colaborando, como cidadão, para uma sociedade mais humana e gentil.
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